domingo, 24 de abril de 2011

Kebab Genérico

Todo mundo reclama da culinária britânica. Realmente não é das melhores, porém, estranhamente, foi da minha viagem para Londres que eu trouxe alguns pratos que degusto até hoje (estive lá em 91). Mesmo depois de tanto tempo ainda mantenho alguns pratos que comia lá no meu cardápio de casa, ou mesmo na minha memória. O Kebab é um deles. Sempre voltando de algum show eu parava na "Kebaberia" perto da minha casa em Norbury e um Kebab com bastante chilli e cebola era sagrado no fim de noite. Depois nunca mais comi um Kebab. Aqueles que são vendidos na rua conhecidos como Churrasco Grego não são a mesma coisa. De uns anos para cá começaram a surgir alguns Kebab Places em São Paulo e agora aqui em Campinas também. Já fui algumas vezes no Palácio do Kebab, próximo à prefeitura e recomendo. Inclusive um dia passando na frente do Palácio, logo depois da inauguração, o próprio dono me abordou na porta, me convidando para entrar e explicando que esteve em Londres e trouxe a "tecnologia" do processo de lá.

Outro dia no supermercado acabei comprando um Rap 10 da Pullmann. Estas massinhas estão há muito tempo no mercado, mas sinceramente nunca tive coragem de levar para casa, preparar aquela pizza anêmica de frigideira só em casos de extrema emergência. Mas comprei pensando em tentar produzir um "Kebab genérico". E tenho que dizer que funcionou além das expectativas.

Ingredientes:
- Bifes de Coxão Mole ou Contra-filé cortados em tiras;
- Tomate picado;
- Cebola picada;
- Pimentão fatiado;
- Queijo ralado grosso (eu prefiro o tipo padrão ou queijo prato);
- Pimenta calabresa (aquela desidratada);
- Sal para temperar a carne, o tomate e a cebola;
- Molho Barbecue;
- Pacote de Rap 10 Pullmann.

Preparo:
Digo novamente que este é um Kebab genérico, para quebrar um galho em casa e matar a vontade. A produção do Kebab original tem todo um processo de preparação, impossível de reproduzir em casa.
Frite a carne em um fio de óleo bem quente. Na última vez eu fiz um mix com carne bovina, frango e carne de porco, que também ficou muito bom. Então é só ir montando os kebabs na frigideira com os ingredientes que preferir, a idéia é só dar uma aquecida rápida, o pão folha tem que ficar macio, não pode fritar muito, ele fica torrado e quebra na hora de enrolar. Os ingredientes também são uma sugestão, dá para inventar muitas combinações.

- Música do post:
Joe Strummer & the Mescaleros_X Ray Style (download)

sábado, 16 de abril de 2011

Sanduíche de Aliche

Aliche é para poucos, é um negócio forte. Não dá para pedir uma pizza inteira de aliche, mas no rodízio dá para encarar uns 2 pedaços, fácil. Uma vez no Voga (bar aqui de Campinas) pedi um sanduíche e quase não chego ao final.

Mas aprendi a fazer de um jeito que dá para encarar uns 2 sanduíches sem problema.



Ingredientes:
- 100g de Aliche;
- 01 maço de salsinha;
- fatias de muzzarella (mas pode ser qualquer tipo de queijo de sua preferência);
- azeite (não preciso informar que tem que ser de boa qualidade);
- pão francês.

Preparo:
Este é um sanduíche muito fácil de fazer, principalmenteporque ele tem que ser frio. Primeiro pique o Aliche, na ponta da faca em pedaços pequenos. Até um tempo atrás era fundamental que o Aliche fosse importado, mas hoje dá para encontrar alguns razoáveis na parte de frios de qualquer supermercado ou hortifruti. Depois pique um maço de salsinha, é isso mesmo, um maço inteiro, aí que está o segredo para deixar o sanduíche mais "leve", vai muita salsinha mesmo. A dica para picar a salsinha é, depois de lavar e deixá-la secar um pouco, tirar as folhas e colocar em um copo grande, com um tesoura corte tudo, dentro do copo mesmo. É muito mais rápido do que com a faca. Depois é só misturar tudo com uma boa quantidade de azeite.

Falei para usar a muzzarela, mas no sanduíche da foto usei um requeijão tipo catupiry do fornecedor de queijo aqui de casa, o "Seo" Marciano, que eu chamo de "Seo Queijoca". De 2 em 2 meses ele abastece nossa geladeira com vários tipos de queijo "importados" da fazenda Portal da Canastra da grande e próspera Piumhi (MG). Juro que fui ver agora a procedência dos queijos e não tinha idéia que esta cidade existia. Mas está aí, veja no link. Boa dica de passeio, parece que tem uma ótima rede de hotéis.

Música do post:
- The Jayhawks_Save It for a Rainy Day (download)

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Música tirada do blog - como funciona

Sempre quis saber como esta coisa de proibir um material publicado no blog funciona. Pois bem, acabou acontecendo com o meu. Sempre coloco em cada post uma música, junto com o playerzinho dela e um link para download. Faço isso no 4Shared, que me dá tudo pronto, como já falei aqui. Ontem, quando estava preparando o último post percebi que na minha conta do 4Shared havia uma pasta nova chamada "Abuse". Lá dentro uma música do Lions Rampant e a música Lights On. Fui procurar o post que havia colocado a música e os links não funcionam mais. No link de download a informação de que a música foi retirada por solicitação da gravadora.

Fiquei impressionado com o processo. É tudo automático. A banda nem é muito conhecida, a gravadora é pequena e eu sou um Zé Ninguém no meio do universo digital, mesmo assim a coisa funciona de forma eficiente. Imagine na prática: o cara da gravadora que encontrou meu blog, avisou o 4 Shared, que criou a pasta na minha conta e transferiu o arquivo. Quanta gente envolvida e quanto tempo e trabalho.

Não vou entrar no caso "download de mp3", isso é assunto para outro post exclusivo, mas a gravadora e a banda tem razão e não vou colocar novamente a música deles, mesmo porque não sei o que pode acontecer em caso de reincidência.

Mas a verdade é que tudo isso é um pouco impressionante e um pouco assustador. Como eu disse meu blog é uma coisa ínfima, sem divulgação, perdido na internet, mas vendo por exemplo que a música do Eli "Paperboy" Reed, postada em Agosto de 2010, 8 meses atrás, já teve 147 downloads. E que o post campeão de acessos do blog (a receita de bacalhau fresco ao forno), que aparece em segundo lugar no Google, quando se digita "bacalhau fresco" e já teve mais de 400 acessos. É para pensar como está sendo o acesso à informação e que daqui a pouco um cara na Eslovênia (já teve 5 acessos vindos de lá) pode acessar meu blog e pegar alguma informação dele.

Música do post:
- Faces_Bad' n' Ruins (download)

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Espaguete a Pato Fu

Chamo este prato de Espaguete a Pato Fu porque vi a Fernanda Takai (vocalista da banda) preparando a receita uma vez no Jornal Hoje. A receita é simples, rápida (praticamente o tempo do espaguete cozinhnhar) e o resultado saborosíssimo. Fazia tempo que não preparava em casa, aliás as crianças nunca tinham provado (então deve fazer mais de 6 anos, pelo menos!!!). Bom não preciso dizer que provaram e aprovaram a receita, que voltou a fazer parte do cardápio de casa.

Ingredientes:
- 500g de espaguete;
- 04 Kani Kamas;
- 3 dentes de alho;
- azeite;
- sal;
- parmesão ralado;
- salsinha picada.

Modo de preparo:
Enquanto o espaguete vai sendo cozido da forma tradicional, em água fervente, sal e um fio de azeite, corte o alho ao meio, tire o miolo que a parte indigesta e corte em lâminas. Depois de descongelar as Kanis (isso é rápido), corte em tiras finas (alguns são enrolados, então é abrí-los e fatiá-los).

Durante este preparo o espaguete já ficou cozido. Coloque em uma panela grande (de preferência uma Wok) uma boa quantidade do azeite, doure o alho (não deixe queimar) e coloque metade das Kanis, frite um pouco e adicione o macarrão, misture tudo até incorporar os ingredientes ao espaguete. Adicione sal, o resto das Kanis, salsinha e o parmesão ralado. Misture mais um pouco e sirva.

Música deste post:
- Evil Stig_Bob (Cousin O.)
Projeto de 95 da Joan Jett com o The Gits em homenagem a Mia Zapata. (download)


terça-feira, 5 de abril de 2011

Ozzy em São Paulo

Fazia muito tempo que eu não assistia a um show "grande", em estádio. A última vez foi quando os Stooges vieram para o Brasil num show no jóquei, Claro que é Rock, que ainda teve o Sonic Youth, Fantomas, Flaming Lips e o Nine Inch Nails que eu nem quis assistir depois da apresentação memorável de iggy Pop e seus companheiros. Era 2005, fui com meu amigo Zé Eduardo que tinha ficado com um ingresso sobrando na última hora. Foi lá que fiquei sabendo que a Manu (minha filha) iria nascer. Fui comprar uma camiseta dos Stooges para mim e liguei para casa para saber se a Adriana queria uma camisa pequena ou média para ela, que manda sem dó: "Compra grande porque eu estou grávida". Uma notícia bomba, sem dúvida.

Este show dos Stooges foi sensacional, um dos mais incríveis que eu já vi, está entre os top 10 da minha vida, mas depois dele nunca mais me empolguei a ir em outro, fui ao Mudhoney no Clash Club e continuo tocando com o Drakula e assistindo as outras bandas com quem a gente se apresenta junto (Psycho Carnival e dois shows com a Agent Orange, por exemplo).

Sempre gostei e ainda gosto muito de ir a shows mas acho que a vida vai tendo outras prioridades, não estou mais sozinho no mundo, tenho mais 3 pessoas com quem eu vivo junto e isso faz diferença. Sempre penso neles, em fazer coisas e passeios todos juntos, então os shows vão ficando para segundo plano. É estranho pensar isso, mas é o que acontece.

Mas na sexta-feira a noite, horas antes do show do Ozzy, meu primo Ronaldo, companheiro de inúmeros shows na adolescência me liga dizendo que tinha um ingresso sobrando. Comprou o dele pelo cartão de crédito e ganhou outro. Mesmo eu tendo que ir para Pindamonhangaba a trabalho no sábado pela manhã daria para ir, pois até as 18h00 estaria de volta. Mesmo cansado não poderia perder este presentão. Confesso que fiquei remoendo aquela informação por algum tempo antes de avisar o pessoal de casa. É o que eu disse, um estranho sentimento de culpa fica rondando na minha cabeça. Mas coloquei minha camisa do Metallica da turnê de 93, uma capa de chuva e fui embora.

Chegamos com o Sepultura já no palco. Show tecnicamente perfeito, mas falta alguma coisa. O Derrick é muito legal mas falta carisma. É tudo muito burocrático. Só tocaram músicas da época que os Cavalera eram da banda. Não preciso dizer mais nada.

O show foi ótimo, é incrível presenciar a transformação do velho Ozzy quando as músicas começam. De um velho caquético que tem dificuldade em caminhar para o maluco que agita sem parar, pula, canta, grita e joga espuma na platéia. A vitalidade dele no show é a mesma de sempre, parece o mesmo de 16 anos atrás quando o vi ao vivo pela última vez no Monsters of Rock de 95. O repertório foi sensacional com músicas de 91 para trás (5 do primeiro disco, 4 do Sabbath), com exceção da nova Let Me Hear You Scream. A banda também perfeita, o novo guitarrista Gus G. toca muito e mantém a tradição do Ozzy de apresentar novos guitarristas excelentes, além do baterista Tommy Clufetos que me chamou a atenção principalmente nas músicas do Sabbath, com a cadência das batidas do jeito que as músicas pedem.

Mas isso todo mundo já leu em alguma resenha por aí. Eu vou comentar mais alguns pontos além do show. Deu para perceber que a mulecada está cada vez mais alta realmente, antigamente eu não tinha problemas em assistir aos shows com os meus 1,85m. Agora tem muito cara com quase 2 metros. A educação do público também é uma coisa que achei diferente. O aumento do número de eventos e shows fez com que o público hoje saiba se comportar de forma educada. Tirando 2 caras que pularam as grades para chegar na entrada mais rápidos (mas logo precisaram retornar a pedido dos seguranças) e um bêbado que urinava fora dos banheiros químicos, o resto foi bem tranquilo. Ninguém estava querendo "aparecer".

Outro ponto positivo foi o esquema de compra do ingresso pelo cartão de crédito. Chegamos nas catracas especiais da Master Card e os ingressos foram impressos na hora. Impressionante! Meu primo até levou anotado número de protocolo e telefone do atendimento do cartão, mas não precisou nada disso. A coisa funciona.

E outra coisa que continuo achando um absurdo é alguns valores cobrados. R$ 600,00 para o ingresso da área VIP (que é na frente do palco) e R$ 150,00 para estacionar o carro é surreal. Tivemos que pagar R$ 50,00 para estacionar na rua, para um flanelinha que sumiu antes do início do show. Lembrando que o estacionamento "oficial", de R$ 150,00 já estava lotado quando chegamos.

Segue a abertura do show com Bark at the Moon, só que com um vídeo feito no show do Rio de Janeiro, que foi no Credicard Hall e a imagem está melhor do que as captadas em São Paulo. No final dá na mesma, o roteiro do show é praticamente o mesmo.