terça-feira, 5 de abril de 2011

Ozzy em São Paulo

Fazia muito tempo que eu não assistia a um show "grande", em estádio. A última vez foi quando os Stooges vieram para o Brasil num show no jóquei, Claro que é Rock, que ainda teve o Sonic Youth, Fantomas, Flaming Lips e o Nine Inch Nails que eu nem quis assistir depois da apresentação memorável de iggy Pop e seus companheiros. Era 2005, fui com meu amigo Zé Eduardo que tinha ficado com um ingresso sobrando na última hora. Foi lá que fiquei sabendo que a Manu (minha filha) iria nascer. Fui comprar uma camiseta dos Stooges para mim e liguei para casa para saber se a Adriana queria uma camisa pequena ou média para ela, que manda sem dó: "Compra grande porque eu estou grávida". Uma notícia bomba, sem dúvida.

Este show dos Stooges foi sensacional, um dos mais incríveis que eu já vi, está entre os top 10 da minha vida, mas depois dele nunca mais me empolguei a ir em outro, fui ao Mudhoney no Clash Club e continuo tocando com o Drakula e assistindo as outras bandas com quem a gente se apresenta junto (Psycho Carnival e dois shows com a Agent Orange, por exemplo).

Sempre gostei e ainda gosto muito de ir a shows mas acho que a vida vai tendo outras prioridades, não estou mais sozinho no mundo, tenho mais 3 pessoas com quem eu vivo junto e isso faz diferença. Sempre penso neles, em fazer coisas e passeios todos juntos, então os shows vão ficando para segundo plano. É estranho pensar isso, mas é o que acontece.

Mas na sexta-feira a noite, horas antes do show do Ozzy, meu primo Ronaldo, companheiro de inúmeros shows na adolescência me liga dizendo que tinha um ingresso sobrando. Comprou o dele pelo cartão de crédito e ganhou outro. Mesmo eu tendo que ir para Pindamonhangaba a trabalho no sábado pela manhã daria para ir, pois até as 18h00 estaria de volta. Mesmo cansado não poderia perder este presentão. Confesso que fiquei remoendo aquela informação por algum tempo antes de avisar o pessoal de casa. É o que eu disse, um estranho sentimento de culpa fica rondando na minha cabeça. Mas coloquei minha camisa do Metallica da turnê de 93, uma capa de chuva e fui embora.

Chegamos com o Sepultura já no palco. Show tecnicamente perfeito, mas falta alguma coisa. O Derrick é muito legal mas falta carisma. É tudo muito burocrático. Só tocaram músicas da época que os Cavalera eram da banda. Não preciso dizer mais nada.

O show foi ótimo, é incrível presenciar a transformação do velho Ozzy quando as músicas começam. De um velho caquético que tem dificuldade em caminhar para o maluco que agita sem parar, pula, canta, grita e joga espuma na platéia. A vitalidade dele no show é a mesma de sempre, parece o mesmo de 16 anos atrás quando o vi ao vivo pela última vez no Monsters of Rock de 95. O repertório foi sensacional com músicas de 91 para trás (5 do primeiro disco, 4 do Sabbath), com exceção da nova Let Me Hear You Scream. A banda também perfeita, o novo guitarrista Gus G. toca muito e mantém a tradição do Ozzy de apresentar novos guitarristas excelentes, além do baterista Tommy Clufetos que me chamou a atenção principalmente nas músicas do Sabbath, com a cadência das batidas do jeito que as músicas pedem.

Mas isso todo mundo já leu em alguma resenha por aí. Eu vou comentar mais alguns pontos além do show. Deu para perceber que a mulecada está cada vez mais alta realmente, antigamente eu não tinha problemas em assistir aos shows com os meus 1,85m. Agora tem muito cara com quase 2 metros. A educação do público também é uma coisa que achei diferente. O aumento do número de eventos e shows fez com que o público hoje saiba se comportar de forma educada. Tirando 2 caras que pularam as grades para chegar na entrada mais rápidos (mas logo precisaram retornar a pedido dos seguranças) e um bêbado que urinava fora dos banheiros químicos, o resto foi bem tranquilo. Ninguém estava querendo "aparecer".

Outro ponto positivo foi o esquema de compra do ingresso pelo cartão de crédito. Chegamos nas catracas especiais da Master Card e os ingressos foram impressos na hora. Impressionante! Meu primo até levou anotado número de protocolo e telefone do atendimento do cartão, mas não precisou nada disso. A coisa funciona.

E outra coisa que continuo achando um absurdo é alguns valores cobrados. R$ 600,00 para o ingresso da área VIP (que é na frente do palco) e R$ 150,00 para estacionar o carro é surreal. Tivemos que pagar R$ 50,00 para estacionar na rua, para um flanelinha que sumiu antes do início do show. Lembrando que o estacionamento "oficial", de R$ 150,00 já estava lotado quando chegamos.

Segue a abertura do show com Bark at the Moon, só que com um vídeo feito no show do Rio de Janeiro, que foi no Credicard Hall e a imagem está melhor do que as captadas em São Paulo. No final dá na mesma, o roteiro do show é praticamente o mesmo.


Um comentário:

  1. Excelente post Fernando, me lembro inclusive do show de 95, que fomos juntos no Monsters..hehhe. Bons e velhos tempos....ABRAÇO!Roger

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